Investing Talks – Bruno Boris

Investing Talks

Nome: Bruno Boris

Idade: 47 anos

País de nascimento: Brasil

Cidade onde reside: São Paulo

Nota Biográfica:

Advogado. Licenciado em Direito pela Universidade Mackenzie. Pós-graduado em Direito das Relações de Consumo pela PUC-SP – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – COGEAE. Mestre em Direito Político e Económico pela Universidade Mackenzie.

Actualmente, exerce a advocacia e é sócio-gerente da Bruno Boris Sociedade de Advogados, uma firma de actuação abrangente, com enfoque em Direito Empresarial, Direito Bancário, Direito Imobiliário, Contratos, Arbitragem, entre outras áreas.

É Professor de Direito Empresarial, Direito das Sociedades Comerciais e Recuperação de Empresas na Universidade Mackenzie.

Comecemos a nossa conversa por conhecer um pouco melhor a história e o percurso de Bruno Boris: infância, juventude, primeiros passos da carreira profissional, primeiros sonhos…

Nasci na cidade de São Paulo e sempre vivi por aqui. Embora goste muito da cidade, durante as férias escolares era comum a família viajar para a praia ou para o interior, em busca de momentos mais tranquilos.

Acredito que os meus pais conseguiram equilibrar de forma adequada a vida na cidade com momentos de escapadela para a praia ou para o campo.

Em jovem, por ter sido bastante incentivado em criança a ler, e sendo também muito comunicativo, acredito que a vida acabou por me encaminhar para profissões com essas características, como a advocacia e o ensino universitário.

Com essa influência, ingressei na licenciatura em Direito e, desde o início do curso, comecei a estagiar em áreas relacionadas com o Direito das Empresas (também conhecido como Direito Comercial).

Tive a oportunidade de trabalhar em grandes sociedades de advogados, bem como em multinacionais do sector financeiro.

A partir de então, o meu interesse pelo tema foi crescendo, até que, com o apoio dos meus sócios, decidimos criar a nossa própria sociedade de advogados, focada no atendimento empresarial, não apenas para pessoas colectivas, mas também para pessoas singulares — ou melhor, empresários que necessitam de assessoria jurídica especializada e personalizada.

"Portugal continua a ser um porto seguro, com estabilidade, qualidade de vida e preços ainda competitivos face à Europa."

O que tem levado tantos brasileiros a investir em imóveis em Portugal nos últimos anos? Quais são as principais motivações financeiras e pessoais desses investidores?

São vários os factores. Embora a qualidade de vida seja um factor relevante, o Brasil, sendo um país de dimensões continentais, possui regiões com elevada qualidade de vida. No entanto, a instabilidade política (que acaba por afectar a economia) faz com que os brasileiros que têm condições transfiram os seus investimentos para outros locais, procurando preservar o património da família ou, até mesmo, como forma de manter opções — seja para a reforma, seja para permitir que os filhos frequentem universidades estrangeiras.

Na instituição onde lecciono, por exemplo, até pela facilidade do idioma, Portugal é o primeiro país a ser escolhido pelos alunos quando se trata de intercâmbio universitário. O regime jurídico também é semelhante e, por ser um país politicamente mais estável do que o Brasil, há interesse — ou melhor, preferência — das famílias em custear esse período de estudos. Alguns desses alunos, inclusive, acabam por prolongar o período de estudos e procuram obter residência definitiva.

Obviamente, a procura por investimento em Portugal não é recente, e essa procura acabou por influenciar, em certa medida, os preços dos imóveis no país. Ainda assim, muitos continuam a procurar investir, por vezes de forma meramente estratégica, como uma opção de reforma. A única diferença é que se deve procurar uma assessoria, pois sendo a legislação frequentemente alterada, é fundamental estar devidamente orientado para evitar perdas financeiras.

O que o Bruno Boris diria aos brasileiros que estão a considerar investir em imóveis em Portugal pela primeira vez? Quais são as vantagens específicas para eles neste momento?

Procurar assessoria especializada é fundamental, pois, como mencionei, as regras sofrem alterações, como a recente mudança no regime do Golden Visa para investimento imobiliário. No entanto, continuam a existir formas de investimento através da transferência de capitais para Portugal que podem ser interessantes para determinados perfis de investidores. Além disso, os imóveis em Portugal continuam mais acessíveis quando comparados com outros países da Europa.

A estabilidade política e a segurança do país sempre foram aspectos atractivos, enquanto no Brasil os sinais de instabilidade parecem que irão persistir até às próximas eleições de 2026. Outro ponto positivo é o sistema de saúde de qualidade, o que torna Portugal um destino muito procurado para fins de reforma, sem que haja preocupações significativas com a estrutura de cuidados de saúde.

Em suma, é possível adquirir um imóvel em Portugal por metade do valor de algo equivalente noutros países europeus — sendo que, a partir daqui, é possível visitar Paris com um voo de apenas duas horas.

Para os brasileiros que desejam financiar a compra de um imóvel em Portugal, quais são as condições de crédito mais comuns para estrangeiros? Como o acesso ao financiamento tem mudado para os investidores brasileiros nos últimos tempos?

A minha sugestão de resposta é que, com uma assessoria adequada, é possível obter financiamento com taxas de juro mais baixas do que no Brasil — e não é necessário ser residente para isso. O mais importante é avaliar bem as opções disponíveis no mercado e definir claramente qual é a finalidade do investimento.

Tendo em conta as recentes alterações ao regime do Golden Visa, é essencial analisar as restrições relativas à localização dos imóveis elegíveis.

Muitos brasileiros estão interessados em arrendar os imóveis adquiridos em Portugal. Quais estratégias financeiras o senhor recomenda para maximizar a rentabilidade do arrendamento? Existem tipos de imóveis que são mais rentáveis, como os de curto ou longo prazo?

Mais uma vez, é fundamental recorrer a consultoria especializada, pois a localização, o tipo de imóvel, entre outros factores, serão determinantes para que o arrendamento (locação, no Brasil) se revele uma opção interessante para os investidores.

Como o vê a valorização imobiliária em Portugal para os próximos anos? Os investidores brasileiros devem esperar um crescimento contínuo no mercado imobiliário ou devem ajustar as suas expectativas devido ao cenário económico atual?

O crescimento do mercado imobiliário é uma tendência. Por vezes, mais lento do que o esperado, mas os riscos de uma queda abrupta são bastante reduzidos.

A valorização de imóveis em Portugal tem sido um fator importante para muitos brasileiros. Quais são os principais fatores que afetam a valorização e como os investidores podem maximizar esse crescimento de valor ao longo do tempo?

Analisar com cautela o local do investimento é essencial. No Brasil, por exemplo, imóveis que nos anos 90 eram excelentes opções hoje já não garantem uma boa rentabilidade, seja na venda, seja no arrendamento — quer por factores de declínio social da região, quer por políticas públicas ineficientes ou até por novas tendências de mercado. Por isso, é fundamental contar com o apoio de consultores que conheçam bem o mercado.

Como a rentabilidade do investimento imobiliário em Portugal se compara com a do Brasil? Os investidores brasileiros têm encontrado melhores condições financeiras em Portugal? Quais as vantagens competitivas que Portugal oferece em relação ao Brasil?

O financiamento em Portugal é bastante interessante para o investidor brasileiro, especialmente num período em que as taxas de juro no Brasil estão elevadas — com tendência, inclusive, para subir ainda mais como forma de controlo da inflação — para além dos aspectos já referidos nas outras questões.

Considerando o cenário atual no Brasil e em Portugal, os investidores brasileiros estão a procurar mais oportunidades em imóveis de luxo, comerciais ou de turismo em Portugal? E qual desses segmentos tem maior potencial de retorno financeiro?

O mercado de luxo é o menos afectado pelas crises, mas há uma procura elevada por imóveis com fins comerciais e turísticos. O sector do turismo, em particular, representa uma excelente oportunidade de investimento, uma vez que Portugal tem uma parte significativa da sua economia sustentada pelo turismo. Assim, investir neste tipo de imóvel pode oferecer uma segurança de retorno a médio e longo prazo.

Para os investidores brasileiros que já possuem imóveis no Brasil, a diversificação é uma estratégia comum. O que o senhor recomendaria a quem deseja diversificar os seus investimentos em imóveis em Portugal? Quais as áreas mais seguras em termos de valorização e estabilidade a longo prazo?

Sim, diversificar é sempre um bom mantra para os investidores. No entanto, no que diz respeito a áreas seguras em termos de valorização, é fundamental contar com uma assessoria que compreenda, em primeiro lugar, os seus objectivos — para depois apresentar um portefólio mais personalizado e alinhado com as suas expectativas.

Muitos investidores brasileiros buscam em Portugal um “porto seguro” para o seu capital. Quais são as estratégias que eles podem adotar para garantir a segurança do seu investimento, especialmente em tempos de instabilidade económica global?

Recorrer a uma assessoria especializada é essencial e, sendo um investidor conservador, é importante deixar claro esse perfil ao seu consultor, para que este possa identificar o melhor tipo de investimento dentro dessas características. O investimento em imóveis, quando realizado com estudo e cautela, tende a oferecer retornos mais seguros a longo prazo do que outras modalidades, além de permitir ao investidor acumular património para deixar como herança.

O mercado imobiliário turístico em Portugal tem atraído muitos brasileiros, especialmente no contexto de arrendamento de curta duração. Quais são as melhores práticas para quem quer rentabilizar o imóvel dessa forma, e o que deve ser considerado do ponto de vista financeiro?

Analisar o mercado e o local onde se pretende investir é fundamental. Mais uma vez, sublinho a importância de recorrer a uma assessoria especializada, pois os profissionais do sector têm o conhecimento e a experiência necessários para identificar quais as localidades mais propícias para o arrendamento de curta duração (locação, no Brasil). Tenho conhecimento de casos de pessoas que adquiriram imóveis no estrangeiro sem qualquer tipo de consultoria para este fim e acabaram por não obter o retorno esperado. Algumas, inclusive, enfrentaram dificuldades para vender esses imóveis a outros potenciais investidores.

Quais são as expectativas financeiras para os investidores brasileiros a longo prazo no mercado imobiliário português? O senhor acredita que este continuará a ser um mercado vantajoso para os investidores estrangeiros, ou há sinais de que as oportunidades estão a diminuir?

Acredito que as expectativas dos investidores brasileiros para investimentos a longo prazo continuam positivas. Naturalmente, quem entrou no mercado imobiliário português há 10 ou 15 anos, certamente teve uma boa assessoria e continua a colher os frutos dessas decisões, pois investiu num momento muito favorável, quando começava a crescer o interesse do investidor brasileiro pela diversificação no exterior. No entanto, o êxito desses primeiros investidores tem vindo a atrair o interesse de muitos outros. Os próprios portugueses, ao observarem este movimento, acabam por abrir novas frentes de mercado para investidores — ou seja, novas oportunidades continuam a surgir.

Em tempos de crise económica, o imobiliário é muitas vezes visto como um refúgio seguro para os investidores. Acha que esta tendência vai continuar, mesmo com os desafios financeiros globais?

Sim, o investimento em imóveis de qualidade — ou seja, bem localizados e construídos por empresas de reconhecida notoriedade — acrescenta valor ao património e está menos sujeito às turbulências económicas.

Quer deixar alguma mensagem para os stakeholders do sector imobiliário que nos acompanham na “Investing Talks” da Invest 351?

Informação de qualidade e com assertividade é fundamental. Por isso, antes de investir, procure profissionais recomendados pelo mercado, consulte-os e, em suma, siga o caminho mais seguro para aplicar o seu capital.

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