A passada sexta-feira constituiu um marco significativo na abordagem de Portugal à sua atual crise de habitação. O Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, apresentou o ambicioso programa “Construir Portugal: Nova Estratégia para a Habitação”, que estabelece um plano abrangente destinado a revitalizar o sector da habitação através de uma série de medidas de impacto.
Visão geral da nova estratégia para a habitação
A nova estratégia para a habitação articula-se em torno de cinco pilares fundamentais:
- Incentivar a oferta: Introdução de medidas para estimular a construção e a reabilitação de habitações.
- Promover a habitação pública: Dar prioridade à disponibilidade e ao desenvolvimento de habitação pública para satisfazer as necessidades da comunidade.
- Restaurar a confiança: Reformulação dos regulamentos para restaurar a confiança entre senhorios e inquilinos.
- Iniciativas centradas nos jovens: Dar resposta às necessidades específicas de habitação dos jovens, incluindo alojamento acessível para estudantes.
- Garantir a acessibilidade: Permitir um acesso mais alargado à habitação através de vários mecanismos de apoio.
Principais medidas e o seu impacto
O Governo introduziu 30 medidas específicas, com prazos de execução que variam entre os dez dias e os quatro meses. Os principais destaques incluem:
- Redução da taxa de IVA: Redução do IVA para um mínimo de 6% nas obras de reabilitação e construção de habitações, o que poderá diminuir significativamente os custos associados ao desenvolvimento de novos projetos habitacionais.
- Utilização de Imóveis Públicos: Implementação de um regime semi-automático para a utilização de imóveis públicos devolutos ou subutilizados e disponibilização de imóveis públicos para projetos de habitação a preços acessíveis.
- Promoção do uso do solo rural: Alterar a Lei dos Solos para permitir a utilização de terrenos rústicos para soluções de habitação sustentável, alargando assim o âmbito do desenvolvimento às zonas rurais.
- Iniciativas de habitação para jovens: Introduzir garantias públicas para os jovens para permitir o financiamento bancário, juntamente com isenções de IMT e IS (Imposto de Selo).
Diálogo e implementação
O Primeiro-Ministro sublinhou a abertura do Governo ao diálogo com todas as partes interessadas dispostas a contribuir para a construção de um mercado imobiliário robusto. No entanto, afirmou com firmeza que esta abertura não se estende a meras simulações de diálogo, salientando o empenho do governo em soluções reais e acionáveis.
Objetivos Estratégicos
O Ministro das Infra-estruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, sublinhou que estas medidas visam tornar a habitação um pilar central do Estado Social, respondendo à necessidade urgente de habitação acessível e revitalizando as áreas urbanas. A estratégia tem como objetivo não só proporcionar um alívio imediato, mas também estabelecer um quadro sustentável para o futuro da habitação em Portugal.
Conclusão
O plano “Construir Portugal” representa um passo arrojado na abordagem das questões multifacetadas que o mercado da habitação em Portugal enfrenta. Ao concentrar-se numa combinação de ações imediatas e estratégias de longo prazo, o governo espera promover um ambiente em que a habitação de qualidade seja acessível a todos, estimulando o crescimento económico e melhorando a qualidade de vida em todo o país.
Para os investidores, promotores imobiliários e futuros proprietários, estas mudanças abrem novas oportunidades e desafios. É uma altura empolgante para estar envolvido no mercado imobiliário português, e manter-se informado será fundamental para navegar nesta paisagem em evolução.
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